Santa Catarina
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Cartas geográficas de navegadores de várias nacionalidades, escritas desde o início do século XVI, mencionam pontos que correspondem ao litoral catarinense. O mapa de Juan de la Cosa, piloto da expedição de Alonso de Ojeda assinala "Sant´Ana", uma parte que corresponde ao litoral catarinense.
Pela sua importância, registra-se a expedição de João Dias Solis, em 1515, quando um único ponto da costa mereceu ser assinalado: a baía dos "perdidos", que se refere às águas interiores entre a Ilha de Santa Catarina e o continente fronteiro (designação dada em virtude do naufrágio de uma embarcação da mesma esquadra).
A expedição de Sebastião Caboto, italiano a serviço da Espanha, chega ao litoral catarinense por volta de 1526 e, ao publicar seus mapas referentes àquela expedição,
denominava a Ilha de Santa Catarina de "porto dos Patos". Mas o nome de Santa Catarina - dado à ilha - aparece, pela primeira vez, no mapa-mundi de Diego Ribeiro, de 1529.
Há divergências quanto ao responsável pela denominação de Santa Catarina: alguns autores atribuem a Sebastião Caboto, que fizera a denominação em homenagem à esposa Catarina Medrano;
outros querem que tenha sido em homenagem a Santa Catarina de Alexandria, festejada pela igreja em 25 de novembro. É, portanto, assunto que merece novas reflexões.
Em 1541, aporta, ao continente fronteiro à ilha, a expedição de D. Alvar Nunes Cabeza de Vaca, comandante que intitula-se "Governador de Santa Catarina", dada a sua nomeação, pelo rei da Espanha,
para tomar posse das terras da Coroa. Entretanto, a Ilha de Santa Catarina não foi o único ponto do litoral mencionado pelos primeiros
navegadores que aqui aportaram. Em 1527, no planisfério anônimo de Weimar, apareceu a designação de Rio de São Francisco, correspondente à baía de Babitonga, que banha a península da atual São Francisco do Sul.
Os primeiro povoadores: desterrados, náufragos e sacerdotes
O povoamento do território catarinense está intimamente ligado, nos seus primórdios, aos interesses de navegações portuguesas e espanholas, que tiveram o litoral de Santa Catarina como ponto de apoio para atingir, principalmente, a região do Rio do Prata (sem mencionar as expedições de outras nacionalidades).
Pelo fato de o litoral catarinense servir como ponto de apoio, constatou-se que os primeiros povoadores foram náufragos, como, por exemplo,
os sobreviventes de uma embarcação da expedição de João Dias Solis, os quais integraram-se à comunidade indígena.
Outros aparecem, como os desertores, elementos que abandonaram a embarcação "San Gabriel" comandada por D. Rodrigo de Acuña, a qual fazia parte de uma expedição espanhola.
Da mesma forma, da expedição de Caboto, em 1526, também apareceram desertores.
Povoamento
Portugal utilizou-se, largamente, do princípio jurídico do "uti possidetis", o direito do primeiro possuidor, tendo em vista a política de ampliação de seu território e a constância das expedições espanholas no litoral catarinense e sul do Brasil no século XVI.
Após a "União Ibérica", isto é, o fim dos laços que uniam Portugal e Espanha (1580-1640), os bandeirantes, cada vez mais, alargaram as fronteiras das terras portuguesas. São as bandeiras vicentistas (provenientes da Capitania de São Vicente), de caça ao índio, que atingem o Brasil meridional.
Desta forma, o litoral catarinense passou a ser percorrido e conhecido, crescendo o interesse pela posse, com conseqüente ocupação.